O “terrivelmente evangélico” André Mendonça, ministro do STF indicado por Jair Bolsonaro, ratificou a decisão de que o Careca do INSS, não precisa comparecer à CPMI.
Em outras palavras, blindagem pura. O detalhe é que isso desmonta toda aquela expectativa criada em torno da figura de Mendonça, vendido como alguém de firmeza moral, diferente da cartilha do sistema, e que, na prática, acaba servindo ao mesmo establishment que deveria vigiar.
Quando foi nomeado, Mendonça carregava a promessa de ser a voz dos valores cristãos e conservadores dentro da Corte. Muitos acreditaram que ali surgiria um contrapeso capaz de frear abusos e restabelecer equilíbrio. Mas o que se vê é um padrão já conhecido: quando o sobrenome é Lula, a lei parece ganhar novos significados. Aquilo que deveria ser um processo normal de investigação é transformado em privilégio, onde figuras próximas ao poder simplesmente não precisam dar explicações públicas.
O problema é que essa decisão vai além de um caso isolado. Ao impedir que o “Careca do INSS” pise na CPMI, Mendonça ajuda a esvaziar o próprio papel da comissão parlamentar, que deveria ser um espaço de investigação e de transparência para o povo. A CPMI, assim, perde seu sentido original e se converte em teatro, com personagens selecionados a dedo e testemunhas ausentes. O cidadão comum, que deveria assistir à verdade vir à tona, é deixado de fora, enquanto o clubinho dos poderosos fecha as cortinas.
O recado que fica é duro: a blindagem ao petismo não depende apenas do Executivo. Ela se estende ao Judiciário e mostra que a promessa de renovação nunca passou de retórica. Como bem dizia Roger Scruton, “quando a verdade é substituída pelo silêncio, o silêncio se torna uma mentira.” Pois é exatamente isso que vemos agora. O silêncio do “Careca do INSS”, legitimado como um direito, transforma-se em mais uma mentira institucional, escondendo aquilo que o Brasil precisava ouvir.
O povo precisa abrir os olhos. “Terrivelmente evangélico” no STF não significa “terrivelmente comprometido com a justiça”. Significa apenas mais uma peça adaptada ao jogo de poder, ajustada para não desestabilizar a casta política que governa o país há décadas. No fim das contas, o Careca do INSS continua blindado, a CPMI continua esvaziada e a justiça, mais uma vez, se mostra distante do brasileiro comum.
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