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UE estoca alimentos e medicamentos

Estratégias da União Europeia para Estocagem de Alimentos e Medicamentos em 2025

Atualizado em 9 de julho de 2025

Em 2025, a União Europeia lançou sua primeira Estratégia abrangente de Estocagem (Stockpiling Strategy), como parte da agenda “Preparedness Union”. O objetivo é fortalecer a resiliência do bloco frente a crises contemporâneas como pandemias, desastres naturais, ataques híbridos ou conflitos armados .

A iniciativa foi impulsionada pelos ensinamentos da pandemia de Covid‑19, que evidenciou fragilidades nas cadeias de suprimentos e escassez de medicamentos e vacinas .

Componentes da Estratégia de Estocagem

  • Criação de uma Rede Europeia de Estocagem para promover cooperação entre Estados‑membros na partilha de melhores práticas e coordenação de estoques .
  • Identificação de lacunas e duplicações nos estoques nacionais e unificação de esforços via modelos como o resc
  • Ampliação dos estoques ao nível europeu para itens essenciais como alimentos, água, combustível, medicamentos e equipamentos de energia 
Integração de logística eficaz, transporte acelerado e cooperação civil-militar e público-privada 

Estratégia de Contramedidas Médicas (Medical Countermeasures)

A Comissão Europeia também apresentou a Medical Countermeasures Strategy, que visa garantir acesso contínuo a vacinas, antimicrobianos, diagnósticos e Equipamentos de Proteção Individual 

Destaques incluem:

  • Elaboração de uma lista prioritária de produtos médicos a serem estocados ainda em 2025, com roadmaps para preparação até 2026 e 2027 .
  • Implementação da Medical Countermeasures Accelerator e hubs de inovação: hub de diagnósticos até 2026 e hub de terapêuticas até 2027.
  • Investimento na duplicação do programa HERA Invest, para €200 milhões até 2027, incentivando empresas a desenvolver contramedidas médicas.
Desenvolvimento de um sistema Europeu global de monitoramento de esgoto como alerta precoce de surtos de doenças .

Ato de Medicamentos Críticos (Critical Medicines Act)

Em março de 2025, a Comissão propôs o Critical Medicines Act, que estabelece novas obrigações para a indústria farmacêutica, incluindo:

  • Transparência na cadeia de suprimentos e estocagem obrigatória de medicamentos críticos.
  • Relatórios periódicos e critérios de compra que valorizem qualidade, segurança de fornecimento e produção na UE, em vez de apenas preço mais baixo .
  • Diversificação da cadeia de produção e incentivo ao investimento em capacidade produtiva dentro do bloco.

Vieses possíveis:

Visão otimista: A proposta amplia segurança de acesso, reduz dependência externa e fortalece autonomia estratégica da UE.

Visão crítica: Pode representar nova camada burocrática, onerando empresas farmacêuticas e potencialmente encarecendo medicamentos para o paciente ou sistema público.

Recomendações ao Cidadão: Kit de Emergência

Em março de 2025, a UE aconselhou que cada cidadão prepare um kit de sobrevivência para 72 horas contendo:

alimentos não perecíveis, água, medicamentos, rádio em pilha, lanterna, baterias, documentos, dinheiro em espécie, primeiros socorros e outros itens essenciais .

A intenção é reforçar a cultura de preparação individual e reduzir a dependência imediata do suporte público em crises iniciais .

Perspectivas e Desafios

Possíveis benefícios: Maior autonomia estratégica, melhor coordenação entre Estados‑membros, respostas mais rápidas em crises e inovação tecnológica nas contramedidas médicas.

Possíveis desafios: Definição de orçamentos ainda incerta (a Estratégia de Estocagem não tem fundos dedicados neste momento), necessidade de harmonização nacional e risco de sobrecarga regulatória para o setor privado .





Em 2025, a União Europeia dá passos decisivos rumo à consolidação de uma política integrada de estocagem de alimentos e medicamentos. As estratégias visam assegurar estoque mínimo de bens essenciais, fortalecer contramedidas médicas e modernizar normas regulatórias do setor farmacêutico.

A efetividade dessas ações dependerá da implementação concreta nos Estados-membros, garantindo financiamento adequado e preservando o equilíbrio entre segurança pública e competitividade industrial.

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